Restos digitais transformados em roupas

A exposição criada pelo grupo Ativistas da Moda ocupou a entrada do andar reservado para a Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, em Caruaru

O entulho gerado pelo descarte de itens de informática, ultrapassados ou simplesmente quebrados, deu origem à exposição Restos Digitais, concebida pelo grupo Ativistas da Moda. Esses criadores, que participam da Câmara Setorial dos Profissionais da Moda da Acic (Associação Comercial e Industrial de Caruaru), em Pernambuco, usaram disquetes, CDs, fios de cobre de chips, placas, fitas magnéticas e transistores, entre outras tranqueiras do mundo dos bits, para conceber vestidos, saias, quimonos.



O resultado da intervenção, com traços de crítica ao impacto ambiental dos restos digitais, virou exposição montada na entrada do andar reservado à 12ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, realizada em meados de agosto, em Caruaru. Não foi a única participação dos profissionais da moda ligados à Acic no evento. Consultores de diferentes áreas prepararam um cronograma de atendimento aos lojistas que foram à Rodada, abordando de produção de moda à pesquisa de tendências e visual merchandising. Ao todo, 14 consultores revezaram-se nas mesas de atendimento, de um total de 31 associados ao grupo, explica Leopoldo Nóbrega, coordenador dessa Câmara Setorial.



Ele conta que em outra iniciativa dentro da Rodada, a Câmara convidou a prefeitura de Pesqueira, cidade pernambucana famosa pelo artesanato em renda renascença, para expor a produção em espaço de negócios. “A proposta é transformar esse trabalho artesanal em artigo de moda, introduzindo conceitos de tendências, como cores da estação, e uso de linhas produzidas com tecnologia mais avançada, entre outras ideias”, diz o coordenador da Acic.

fotos: GBLjeans