Serasa aponta queda na atividade comercial

Tecidos, vestuário, calçados e acessórios representam o único segmento do varejo que se retraiu no acumulado de janeiro a junho de 2014.

O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio aponta queda de 3,2% no movimento dos consumidores nas lojas de todo o país em junho deste ano comparado a maio de 2014, já descontados os fatores sazonais. Foi uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta mensal atingiu 0,6% comparado a abril. Na comparação com junho de 2013, a alta foi de 0,7%, menor que os 5,2% atingidos em maio deste ano. Com estes resultados, o movimento dos consumidores no comércio acumulou, no período de janeiro a junho de 2014, alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apenas o segmento de tecidos, vestuário, calçados e acessórios não apresentou variação em junho, sem registrar nem crescimento nem queda. Em abril, o setor crescera 1,9% e maio registrou queda de 0,2%. Comparado a junho do ano passado, porém, houve queda de vendas que atingiu 4,1%.

No acumulado do primeiro semestre de 2014, a atividade varejista como um todo cresceu 3,6% liderada pelo setor de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (expansão de 3,7%); combustíveis e lubrificantes (3,0%); material de construção (2,4%); móveis, eletroeletrônicos e informática (0,5%) e veículos, motos e peças (0,3%), informa a Serasa. Novamente, tecidos, vestuário, calçados e acessórios representa o único segmento do varejo que se retraiu no acumulado de janeiro a junho de 2014: queda de 3,4% frente ao mesmo período do ano passado.

Os demais segmentos do varejo que acusaram queda de movimentação no mês passado: material de construção (-13,1%); combustíveis e lubrificantes (-12,3%); veículos, motos e peças (-6,4%); supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-4,2%) e móveis, eletroeletrônicos e informática (-3,0%).

Os economistas da Serasa Experian atribuem a menor atividade comercial à decretação de feriados devido à realização da Copa do Mundo em algumas das cidades-sede, bem como à redução do expediente do comércio, gerando contração do volume de negócios para a maioria dos segmentos. Outros fatores que provocaram a diminuição do número de consumidores nas lojas foram, segundo a Serasa, a elevação das taxas de juros; a menor geração de empregos no mercado de trabalho; o baixo índice de confiança dos consumidores e as incertezas com relação à economia.

Metodologia
O Indicador de Atividade do Comércio é construído, exclusivamente, pelo volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados da Serasa Experian. As consultas (nas formas de taxas de crescimentos) são tratadas estatisticamente pelo método de médias aparadas com corte de 20% nas extremidades superiores e inferiores. Com as taxas de crescimento tratadas e ponderadas pelo volume de consultas de cada empresa comercial, os técnicos contróem a série do indicador. A amostra é composta por cerca de 6 mil empresas comerciais e o indicador, com início em janeiro de 2000, é segmentado em seis ramos de atividade comercial.