Pesquisa brasileira pode ajudar numa nova geração de enzimas

Professor da Univali se dedica a melhorar geneticamente celulases, contribuindo para facilitar processos industriais como a bioestonagem do jeans

O professor André Oliveira de Souza Lima, do Laboratório de Microbiologia Aplicada do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí) tem até o início do ano que vem para apresentar os resultados da pesquisa que desenvolve em torno do melhoramento genético das celulases. Esse tipo de estudo é importante para impulsionar uma nova geração de enzimas que, quando modificadas geneticamente, podem tornar mais eficientes os processos industriais nos quais são aplicadas.

O processo de bioestonagem do jeans é um deles. Nas lavanderias industriais, o pigmento do tecido é retirado em lavagens com enzimas associadas, ou não, ao uso de pedras.

É o tipo de pesquisa que pode interessar à indústria química que produz enzimas. “O gene que codifica essa enzima seria comprado pelas indústrias para fabricar novas enzimas, porque quanto mais ativas, mais aceleram os processos industriais”, explica o pesquisador. O projeto, aprovado no final do ano passado, conta com recursos da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina) para um ano de desenvolvimento.

 

O principal interesse do professor, cuja tese de doutorado foi obtida com estudos nessa área, é a produção de celulase para produzir biocombustível. “Além disso, pode refletir em outras áreas onde as celulases têm sido empregadas como os processos de biostonewashing e biopolimento de tecidos”, observa Lima.