O que é denim sustentável

Sem resposta pronta, a Denim Première Vision montou uma área de discussão com especialistas e fez uma pesquisa com os expositores da feira.

De tanto ser falada, a palavra sustentabilidade foi esvaziada da urgência que tinha e não atrai mais o consumidor. “Precisamos buscar uma nova linguagem para atingir o consumidor final, porque estamos lidando com uma geração realmente diferente”, resumiu Ebru Ozaydint, chefe de vendas e marketing do fabricante turco de denim Calik, em comunicado ao mercado enviado pela organização da feira Denim Première Vision que em sua edição realizada em meados de junho montou a Blue Lab, área destinada a debates e troca de informações.

Pelas discussões travadas no evento, o maior desafio da cadeia de produção de jeans parece ser como comunicar que a roupa exposta na vitrine é bonita, sexy e sustentável, tanto do ponto de vista da proteção a recursos naturais quanto do engajamento com as melhores práticas trabalhistas. Tecnologia para fazer um denim sustentável a indústria dispõe, do cultivo do algodão aos produtos químicos, passando pela lavanderia que consegue substituir técnicas antigas predatórias com uso de equipamento.

Aparentemente, o debate emperra no esforço da indústria de denim de ainda tratar as questões da sustentabilidade como diferencial de mercado, uma vez que um dos desafios abordados nas discussões é o de envolver na cadeia sustentável a massa de marcas de jeans já estabelecidas. Para avançar nesse terreno, a feira apresentou os resultados de pesquisa realizada com expositores para conhecer melhor as iniciativas em termos de criação e produção sustentável.

PRINCIPAIS PONTOS DA PESQUISA
A edição de junho da Denim Première Vision teve 95 empresas, mas, nem todas aceitaram participar do estudo: 60 responderam. Os resultados mostram que a maioria das empresas (93%) verifica a origem da matéria prima que utiliza, total ou parcialmente. As iniciativas de preservação do meio ambiente são quase sempre espontâneas, desenhadas internamente.

Das empresas que responderam, 75% afirmam adotar medidas para economia de energia elétrica, mediante emprego de alternativas como sistemas foto-voltaicos ou usina eólica. A mesma fração implantou recursos para reduzir o consumo de água, como estações de tratamento preparadas para fazer o reúso e sistemas de captação de água da chuva.

Em relação a produtos químicos, 90% dos expositores declararam ter políticas específicas para reduzir a utilização desse tipo de insumo e todos trabalham com fornecedores certificado, diz o estudo. Praticamente todas as empresas ouvidas (96%) declaram respeitar as leis trabalhistas de cada país e, além disso, desenvolvem políticas internas para melhorar as condições de trabalho.