Com miniusinas, agricultores do NE podem vender pluma de algodão

Projeto que envolve produção orgânica está no início, pretende incentivar pequenos agricultores a deixar de vender apenas o caroço da fibra, melhorando os rendimentos

Pequenos produtores de algodão orgânico do nordeste brasileiro poderão agregar valor à produção ao deixar de vender apenas o caroço da fibra, passando a fornecer a pluma do algodão. Com isso, o ganho deles poderia aumentar em até 100%, afirma Fábio Aquino, coordenador do projeto da Embrapa Algodão que vai distribuir miniusinas de descaroçamento a plantações de agricultura familiar que cultivam algodão orgânico. Em princípio, foi assinado contrato na semana passada para entrega de 12 equipamentos a associações de produtores da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e do Ceará, a partir de setembro.



O equipamento será fabricado pela Metalúrgica Barros, de Campina Grande (PB), que firmou parceria com a Embrapa, e tem capacidade para processar 70 quilogramas de algodão em caroço por hora, que se transformam em 26 kg de algodão em pluma. A venda da produção do algodão orgânico é acertada antes do plantio. Entre os principais compradores, estão as marcas francesas Tudo Bom e Veja. “No algodão orgânico, a lógica não é produzir para competir com os grandes produtores, mas produzir um algodão diferenciado para um mercado específico”, afirma Aquino.



Apesar da iniciativa, a produção de algodão orgânico ainda é bastante restrita no país. Segundo a pesquisadora da Embrapa, Nair Helena Castro, a produção sem insumos químicos representa apenas 0,2% do total, o que dá 3.900 toneladas em 2011, a se confirmar a previsão de 1,95 milhão de toneladas para a safra deste ano.

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