Brasil responde por metade do better cotton mundial

De acordo com a BCI, entidade criada para tornar o algodão uma commodity de desenvolvimento sustentável, em 2012, cinco países cultivaram 670 mil toneladas.

Criada em 2005 para fomentar as boas práticas no cultivo do algodão, a BCI (Better Cotton Iniative) registrou em 2012, 670 mil toneladas da fibra cultivada de acordo com os princípios propostos pela entidade em relação a impacto ambiental, social e uso de técnicas de manejo modernas. Desse volume total, o Brasil responde por 295 mil toneladas, cultivadas por 150 produtores. “De forma geral, é uma quantidade pequena porque estamos em nossa terceira colheita, mas, a adesão ao better cotton tem crescido rapidamente”, afirmou ontem, 10, Lilly Gilbert, membership manager da BCI, em visita ao Brasil a convite da Vicunha, uma das primeiras fabricantes têxteis do país a se tornar membro da entidade.

Durante o lançamento da coleção de inverno 2014, a empresa anunciou a decisão de só usar algodão cultivado por membros da BCI em sua linha Eco-D, produzida com a mistura de algodão e fio de PET, a partir dessa estação, explica Renata Guarniero, gerente de marketing da Vicunha. Lilly Gilbert também acrescentou que estudos da BCI projetam que até 2020 a produção de better cotton corresponda a 30% do volume mundial. Hoje, representa pouco menos de 3% do total.

O Brasil é um fornecedor de algodão importante com perfil muito diferente da maioria dos membros da BCI, explica Lilly. Enquanto na China, na Índia, em Mali e no Paquistão, os produtores são pequenos agricultores em modelo de cultivo familiar, formando um pequeno exército de 165 mil fornecedores, os cotonicultores brasileiros manejam grandes propriedades. Turquia e Moçambique preparam-se para a primeira colheita de better cotton.