Argila para tratar efluentes

Argila para tratar efluentes

Novo método está em teste nas lavanderias de Toritama

A pesquisadora Meuris Gurgel Carlos da Silva, da Unicamp (Universidade Etadual de Campinas), em São Paulo, desenvolveu uma técnica que usa a argila para tratar efluentes industriais. O método tem a capacidade de reter até 90% dos resíduos de corantes e metais pesados gerados por lavanderias industriais de jeans. A utilização da argila como filtro está sendo testada em processadores de Toritama, cidade do Agreste Pernambucano e um dos polos de produção de jeans do Brasil.

Com o emprego da argila no processo para tratar efluentes, ao final, o material poderia ser reutilizado na construção civil, por exemplo, para fabricação de telhas. Contudo, haverá um limite para seu emprego, uma vez que ainda conterá corantes e metais pesados, mesmo que em pequena quantidade.

São metais pesados como cádmio, níquel, zinco, cromo, chumbo e cobre.

40% DA RESERVA MUNDIAL

Toritama não foi escolhida para teste da nova técnica por acaso. Considerou a proximidade com a região vizinha à Chapado do Araripe, formação geográfica que atravessa o sul do Ceará, na divisã com Pernambuco e Piauí. A região tem reservas estimadas em 1,2 bilhão de toneladas para extração da argila, volume que representaria 40% das reservas do mundo, conforme dados divulgados pela Unicamp. Além da abundância do material, as lavanderias de jeans da região têm grande demanda por tecnologia.

Atualmente, além do projeto da Unicamp, o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) aguarda a liberação de verba pelo Sebrae/PE e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para implantar uma lavanderia-piloto, que serviria de modelo para as empresas locais.