Têxteis de jeans suspendem produção

Os maiores fabricantes de denim e sarja do país interromperam as plantas, nem todos porém paralisaram faturamento e entregas.

Com a crise da pandemia do coronavírus instalada no país, grandes fabricantes nacionais de denim e sarja optaram pela paralisação das atividades industriais. Nem todos paralisaram, entretanto, o faturamento e entrega de mercadorias, ainda que a atividade econômica tenha esfriado. Importantes centros comerciais atacadistas de jeans pararam em diferentes partes, como o Brás que está com as lojas fechadas ao público por determinação legal até 7 de abril.

Varejistas de expressão para os negócios como Renner, C&A e Marisa fecharam todas as lojas físicas no período de isolamento. Estão trabalhando com os estoques de inverno e atendimento pelos sites que ainda representam pequena fração das vendas. Além disso, alguns estados restringiram a circulação de cargas.

O GBLjeans reuniu aqui as medidas tomadas até o momento por Cedro, Vicunha, Capricórnio, Santista, Canatiba, Santana e Covolan. Confira.

CEDRO

Fabricante de denim e sarja, a Cedro Têxtil informou ao GBLjeans que adotou medidas diferentes para suas duas áreas de negócios. A linha de Workwear segue normal, mantendo a produção ativa, informa a empresa. Já para a linha de Jeanswear interromperá a produção a partir de 28 de março. A previsão de retorno é 6 de abril. Mas, o comunicado da empresa já alertava que a data de retomada das fábricas está condicionada às recomendações dos órgãos de saúde.

A área comercial de Jeanswear continuará a funcionar normalmente, com faturamento, atendimento a clientes, vendas, abertura de clientes. As atividades serão realizadas pelos colaboradores em regime de home office. A entrega de pedidos está sendo feita, com exceção dos estados que restringiram a entrada de mercadorias de outros estados.

“Passada a epidemia, e ela vai passar, precisaremos de um esforço adicional para reequilibrar o funcionamento das nossas cadeias produtivas. Dialogo, flexibilidade e bom senso de todos os elos serão fundamentais para retornarmos a normalidade e promovermos a sustentabilidade dos nossos negócios”, declarou Marco Antônio Branquinho, diretor-presidente da companhia, no primeiro comunicado oficial da Cedro.

VICUNHA

Maior fabricante de denim e sarja do Brasil, a empresa desde 23 de março parou as fábricas. A previsão inicial era de retorno em 6 de abril. Mas a Vicunha já avisava em comunicado que passado o prazo, a extensão da medida seria reavaliada. Até o dia 20 de março, foram faturados os pedidos em aberto na carteira e cujos produtos a empresa tinha em estoque. “Na volta ao trabalho, novas datas serão informadas de acordo com a disponibilidade de produtos”, diz o comunicado oficial.

A nota acrescenta ainda que seguiria oferecendo soluções “por meio da equipe administrativa que continuará em atividade por sistema de plantão em horário comercial”.

CAPRICÓRNIO

A Capricórnio Têxtil decidiu entrar em férias coletivas nas fábricas por 15 dias, a contar de 28 de março. A previsão de volta seria 13 de abril, condicionada a mudanças nas determinações governamentais. A empresa informa que as áreas comercial e administrativa mantêm as atividades normais, por home office. Assim, o faturamento de pedidos e entrega de mercadorias para os clientes continuarão normalmente, assim como a entrada de pedidos.

Comunicado assinado por Gustavo Manfredini, CEO da Capricórnio, informa ao mercado que tomou algumas decisões. Uma delas foi criar um comitê financeiro de crise, responsável por elaborar “políticas claras e padronizadas, para dar melhor suporte possível aos nossos clientes e fornecedores”. Também providenciou o fortalecimento da estrutura de capital da empresa.

SANTISTA

As fábricas da Santista, localizadas em Americana e Tatuí, no interior de São Pauulo, entrarão em férias coletivas a partir do dia 30 de março, com retorno previsto em 14 de abril. “Ou de acordo com as próximas orientações do governo”, informa a empresa. Com duas unidades de negócios, a companhia informa que garantirá “entregas para os setores de saúde e alimentos durante o período de quarentena”.

Para as atividades administrativas, vendas e faturamento, a decisão foi manter a rotina, com os funcionários trabalhando em regime domiciliar durante todo período do isolamento determinado. A Santista explica que a medida contribui para diminuir a circulação de pessoas e mantém o suporte a setores essenciais.

A entrega de pedidos continuará a ser feita e a empresa aceitará novos pedidos, “de acordo com a disponibilidade do estoque”.

CANATIBA

A Canatiba optou por interromper a produção até 6 de abril. “Isso poderá mudar frente à qualquer piora do cenário de saúde do país. Vamos tomar as medidas levando sempre em consideração a segurança e saúde de nossos colaboradores e clientes”, afirmou a empresa. A área de faturamento está em plantão. “Mas vários estados estão bloqueando a entrada de mercadorias, então, nosso faturamento está seguindo as recomendações de cada estado”, explicou ao GBLjeans, Ivna Barreto, gerente de marketing da empresa.

Ela ressaltou que estão sendo aceitos novos pedidos, mas, o faturamento depende de restrições ao transporte de cargas dos estados para onde os produtos devem ser enviados.

SANTANA TEXTILES

A Santana Textiles interrompeu a produção por tempo indeterminado desde domingo 22 de março. “Estamos acompanhando e em sintonia com as diretrizes apresentadas por nossos governadores. Estou em constante contato com clientes e monitorando o mercado de norte a sul do Brasil. Precisamos estar preparados para a retomada do mercado”, disse o diretor comercial da empresa, Antonio Manzarra, ao GBLjeans. A maior parte das atividades está realizada pelo modelo de home office.

“Faturamentos e entregas têm que ser avaliadas de acordo com as restrições de logística de cada estado, é algo que transcende a gestão de nossa empresa”, ressaltou o executivo.

COVOLAN

A partir de 28 de março a Covolan interrompe a produção. Consultada, a empresa não informa por quanto tempo a medida prevalecerá, nem se manterá faturamento e entrega de mercadorias. No comunicado oficial afirma que o comercial manterá o atendimento remoto, via internet ou por telefone.