Evento busca consolidar os pólos de confecção do estado e discutir a proposta de criação de uma lavanderia comunitária
Entre os dias 21 a 23 de setembro, será realizada a segunda edição da Semana de Moda do Piauí. O evento é organizado pelo Sebrae local e tem o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Teresina (Semdec); do Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindvest); e da Caixa Econômica Federal. Trinta empresas participarão do evento no Piauí Center Modas, localizado na zona sul de Teresina.
A semana de moda é a união de dois eventos anteriores – o Teresina Moda e o Cara Piauí Moda + Artesanato. “A união de dois eventos em um maior fortalece e integra as confecções locais que estão se movimentando para consolidar o setor”, diz a gestora do projeto têxtil e confecção do Sebrae no Piauí, Mirna Rocha.
A instituição tem o trabalho focado nos principais pólos produtivos do Piauí, na capital Teresina e no litoral, nas cidades de Piriri e Parnaíba. Dados do Sebrae apontam que as duas regiões concentram em torno de mil empresas que, juntas, produzem cerca de 190 mil peças por mês.
A moda do Piauí é marcada pelo artesanato, contudo, a coordenadora afirma que o jeans representa uma boa parte da produção local. Um levantamento do Sebrae está em andamento para classificar as empresas segundo o tipo de produto que fabricam.
Custo alto
Os esforços da instituição visam estruturar as confecções locais para enfrentar dois grandes problemas: a falta de mão-de-obra especializada e de matéria-prima. “Tecidos e aviamentos têm que vir de fora e isso acaba encarecendo o produto. Excelência na produção o estado tem, apesar das dificuldades”, explica a coordenadora.
Durante a semana de moda, além dos desfiles, serão realizadas 17 oficinas. Malharia retilínea, mosaico em patchwork, desenho de moda e lavagem de jeans são alguns dos temas.
Apesar da produção de jeans ser grande, não existe nenhuma lavanderia industrial no Piauí. A palestra sobre lavanderia da Semana de Moda será ministrada por um técnico do Senai/ Cetiqt do Rio de Janeiro e servirá como orientação para os empresários da região. “Hoje as empresas de jeans têm lavanderias internamente. Esse processo encarece e limita a variedade do produto. Os empresários têm vontade de fundar uma lavanderia comunitária, mas ainda não temos projeções, nem de prazo ou modelo de gestão”, observa a representante do Sebrae.
Outras iniciativas relacionadas à moda já foram realizadas no Piauí com o apoio do Sebrae. “O estilista Walter Rodrigues já coordenou workshops aqui e também usou renda de bilro das rendeiras locais em suas peças”, conta Mirna. A ação do Sebrae garante lugar cativo do Piauí na Fenit há três anos e a participação em feiras internacionais, como uma em Madri (Espanha), que também contou com apoio da Agência de Promoção para Exportação (APEX).
