Santista investe em tecido com algodão certificado

Empresa prepara lançamento de produto com o selo Pure Brazil Cotton, criado para garantir qualidade e origem do insumo

 

 A Santista Têxtil, subsidiária da espanhola Tavex, prepara o lançamento de tecido que terá o selo Pure Brazil Cotton, criado para atestar a qualidade do algodão empregado no processo. “Dentro de pouco tempo”, disse Ricardo Weiss, presidente da empresa no Brasil, em entrevista ao GBLjeans, no evento de lançamento da coleção de inverno 2008. O selo é administrado por um comitê formado pela Santista, pela Coteminas e pela Marisol.

 

A intenção é garantir a adoção de práticas sustentáveis por toda a cadeia do algodão – da semente ao produto vendido no varejo. As empresas envolvidas no projeto compram algodão de qualidade produzido segundo os preceitos de uso racional de energia, minimização da emissão de carbono e da contaminação da água, gerenciamento de resíduos, respeito às leis trabalhistas (não há crianças ou mão-de-obra escrava nessas plantações).

 

A ação é parte da estratégia da Santista de concentrar a produção no segmento de produtos diferenciados. “Mas é uma diferenciação inteligente, que abrange desde o desenvolvimento de fios especiais até tecidos criativos e, principalmente, acabamentos inovadores, como a nossa linha de resinados”, salienta Weiss.

Ricardo Weiss, presidente da Santista Têxtil

 

Segundo o executivo, 0,5% do faturamento anual (que segundo o balanço publicado foi de R$ 776 milhões, em 2006) é aplicado em inovações. “A Santista sempre teve esse perfil inovador e a fusão com a Tavex permitiu o acesso mais rápido às novidades. Hoje, fazemos parte do processo que define o que vai para as lojas no ano seguinte. Com isso, estamos de seis meses a um ano à frente da concorrência”, afirma.

A sinergia industrial entre as duas empresas avançou este ano. As fábricas controladas pela Santista exportam produtos para o grupo, como tecido cru que segue para acabamento final na Espanha, explica Weiss. Em contrapartida, o Brasil importa itens especiais, cujo volume de venda não justifica o investimento na produção local. Nessa categoria, ele inclui os tecidos cujo metro é vendido por mais de R$ 20,00.

fotos: divulgação / Santista