Santana patrocinará três desfiles na SPFW

A tecelagem fechou acordo com os estilistas Ronaldo Fraga e Samuel Cirnansck, além da grife Animale

Para marcar o retorno à SPFW (São Paulo Fashion Week), a Santana Têxtil firmou três parcerias com Ronaldo Fraga, Samuel Cirnansck e a grife Animale. “Essa volta ao evento marca o início de uma nova etapa da empresa que, em 2008, comemora 45 anos”, afirmou, hoje, 17, Delfino Neto, diretor de marketing da tecelagem.

 

Ronaldo Fraga encerra a programação de desfiles no domingo, 20, apresentando a coleção Loja de Tecido, com a qual aproveita para comemorar 25 edições, fazendo referências à memória do ofício, observa o estilista. A coleção, porém, não tem tom saudosista nem repete modelos, garante o estilista.

 

Da Santana, Fraga usa quatro artigos de lançamento (Linx 10, Linx Comfort, Linx Denim e Pyxis), que se multiplicam em dez modelos. O denim aparece combinado com o veludo, o tafetá e tecidos tecnológicos, como o algodão empapelado, com efeito oxidado. “Na minha coleção, o denim não representa uma ruptura do desfile, faz parte da coleção”, garante ele.

Um dos modelos criados pelo estilista Samuel Cirnansck

 

Patrocinado pela Loco, o estilista Samuel Cirnansck desfila 25 modelos de noite, dos quais três a quatro com artigos da linha premium de denim da Santana, que também apóia a grife carioca Animale. A parceria entre a Loco e Cirnansck se estenderá para além das passarelas, tendo continuidade com o lançamento da marca de jeans do estilista – a SCK.

 

Loja de memórias

A coleção chama Loja de Tecido, mas bem podia chamar Loja de Memória, brinca Ronaldo Fraga. Nessa narrativa, explica, aproveitou para lembrar os primeiros tempos, quando o sonho de menino de aprender tudo sobre a arte do desenho cruzou com o curso do Senac – de moda, mas gratuito.

 

Entre costureiras em busca de especialização em modelagem e travestis interessados em costurar as próprias fantasias, se destacou como o melhor aluno da turma, desempenho que lhe valeu a indicação para figurinista de uma loja de tecido do centro de Belo Horizonte. “Foi ali, sem saber nada sobre moda, que aprendi a melhor lição para um estilista que é saber ouvir as diferentes narrativas dos personagens que se revezavam à frente da mesa”, conta, divertido.

 

Por isso, a coleção Loja de Tecido, acrescenta, procura refletir a convicção dele de que não adianta pensar no futuro sem manter vínculos com a memória. Melhor exemplo da boa convivência de referências temporais ele encontrou em uma visita recente a Tóquio, quando se deparou com uma loja de armarinho que vende flores de tecido, linhas em retrós feito de madeira, rolos de tecido amarrados com fita, vendidos a peso de ouro ao som de Tom Jobim e bem ao lado de uma das modernas lojas da Apple.

 

fotos: divulgação/Santana