Órgãos regulatórios aprovam operação de venda da Ellus

Os sócios da marca brasileira e o fundo de investimento PCP formaram joint venture que vai controlar os negócios da grife

 Submetida à apreciação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a operação envolvendo a venda do controle acionário da Ellus recebeu o aval do órgão, ontem, 15. Pela documentação apresentada, os sócios originais da Ellus – Nelson Alvarenga e Américo Breia – e o FIP PCP (Fundos de Investimentos em Participação PCP), gerido pelo UBS Pactual, formaram uma joint venture, a EDSP72 Participações, que irá controlar 100% da Ellus Indústria e Comércio e da Ellus Propag (agência de propaganda e licenciamento de marca que presta serviços exclusivamente à empresa-mãe).

 

Com o acordo firmado, Alvarenga, fundador e coordenador de estilo da marca, passa a controlar 42,5% da nova empresa, Breia outros 7,5%, enquanto o PCP deterá metade do capital e o controle sobre o negócio. O acordo foi oficializado no final de julho, mas só veio a público dois meses depois. Procurada pela reportagem, Ellus e PCP preferiram não falar sobre os planos pós-aquisição.

 

Vide Bula e
Carmim na mira

 

Nota no jornal Valor Econômico, da semana passada, informava que o PCP espera anunciar a aquisição de outras marcas fortes do mercado brasileiro de jeans, mas que estivessem às voltas com passivos trabalhistas e tributários. A coluna citou especificamente Carmim e Vide Bula entre as diversas empresas sondadas.

 

Oficialmente, a Carmim não fala no assunto. Mas fonte ligada à empresa disse ao portal GBLjeans que houve contato do PCP e que as conversas não teriam prosperado até o momento. A Vide Bula garante que não foi contatada por representantes do fundo de investimentos e que ficou surpresa ao ser citada na nota. “Fomos surpreendidos. Mas paramos para pensar: por que não?”, diz Políbio Sá, que junto com Adriana Rios e o fundo internacional de investimento Arcade, compõe o quadro societário da grife mineira.

 

A operação não seria, portanto, novidade para a empresa que desde 1995 encontrou no sócio investidor o canal para capitalizar a Vide Bula a fim de modernizar a produção e suportar o plano de crescimento que a marca conquistou ao longo desse período. “Estamos abertos a conversar”, enfatiza Sá.