Nutrisport volta a fazer PL

Decisão tem a ver com alta do dólar, que tornou as importações menos vantajosas, e capacidade industrial de atender outras marcas, além das próprias (Nutria e Lilla K).

Com o real mais forte, a Nutrisport perdeu os clientes de PL (private label) para a importação. Mas, a situação se inverteu, e com as importações menos vantajosas a empresa avaliou que há espaço no mercado para voltar a prestar serviços de produção para outras marcas, além de suas próprias, a Nutria e a Lilla K, ambas voltadas para o mercado feminino. Sem precisar de fortes investimentos, já que preservou o parque industrial, apoiado em três fábricas instaladas em cidades do estado de São Paulo. Uma na capital, no bairro do Bom Retiro, e outras duas no interior – Bragança Paulista e Várzea Paulista.

Atualmente, a produção gira em torno de 20 mil peças por mês, contando com corte eletrônico, estamparia digital e área especial de passadoria. “O principal investimento será na contratação de pessoal”, afirma Patrícia Bueloni, gerente comercial do grupo Nutrisport. O alvo continuarão sendo marcas de moda feminina, que precisam de 400 a 500 peças por modelo. O pedido mínimo gira em torno de 80 a cem peças por modelo, variando desde uma calça básica até vestido de festa, explica a executiva. A confecção trabalha com tecidos planos como lãs, sedas, algodões e sarjas peletizadas, baseada em vocação para peças de corte de alfaiataria elaborado como casacos, capas, blazers e calças.

O grupo Nutrisport foi criada em 1948 como Peleria Nutria, produzindo estolas de pelo. Com o tempo, ampliou o mix de produtos destinados a mulheres. Hoje, a Nutrisport administra as marcas Nutria e Lilla Ka, com operações de varejo e atacado. Em paralelo à retomada do PL, a empresa pretende ampliar a participação de suas marcas no mercado nacional, especialmente da Nutria.

Planos de expansão
Segundo Patrícia, a Nutria é forte no sul do Brasil, em São Paulo (capital e interior), em Belo Horizonte (MG) e na cidade do Rio de Janeiro, com produção escoada para 200 lojas multimarcas. A idéia é ampliar a participação para as regiões centro-oeste, como Brasília onde ainda não atua, nordeste e norte, a partir de meados do ano que vem quando lança a coleção do verão 2017. Mantém equipe de 18 representantes comerciais, além de dois pontos de venda atacadista: o showroom no Itaim Bibi e a pronta entrega no Bom Retiro.

De pegada mais jovem, a Lilla K trabalha com 150 a 220 multimarcas, dependendo da estação, sendo forte de Minas Gerais para cima, explica a gerente comercial do grupo. No varejo, o grupo tem três lojas: duas no Jardins, em São Paulo, na mesma rua (uma da Nutria e outra da Lilla K); e a terceira é da Lilla K, no Morumbi Shopping, também na capital.

A executiva está otimista com essa expansão ao registrar aumento nas vendas de atacado. Na avaliação dela, consumidoras que nos últimos tempos vinham comprando roupas no exterior, com a alta do dólar deixaram de viajar e passaram a se abastecer no mercado nacional.

Inverno 2016 da Nutria
Grafismos da natureza inspiraram a estação da Nutria, com estampas marmorizadas, veios de árvores e tons outonais. Também absorveu padrões do guarda-roupa masculino como chevron e risca de giz, que foram combinados a detalhes esportivos, com uso de telas, ilhoses e metal dourado. Entre os materiais, a marca destaca malha dublada, neoprene estampado, lãs e jérsei, empregados em vestidos calças, macacão, camisas, blazers, capas, trench coats, parkas e casacos. A cartela de cores passa por ocre, vermelho intenso, ferrugem, marinho, verde militar, camelo, chumbo, preto e off white.

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