Mudanças no mercado de franquias

A Strutura inaugura loja própria em Belém do Pará e a Act inaugura loja franqueada na capital paulista

 

O mercado de franquias em jeans vive uma fase de mudanças no Brasil, refletindo o processo de reposicionamento das marcas. Algumas reformaram a rede em função de alterações societárias, como no caso da Zoomp cujo controle acionário foi assumido por um grupo investidor. Outras por novos direcionamentos, como a Lee, a Wrangler e a Strutrura, que abre a primeira loja própria no norte do país. Além das estréias no franchising, como a da Act que abre, este mês, a primeira loja franqueada da marca na área fashion do MorumbiShopping.

 

“De cinco anos para cá, as empresas brasileiras do setor de jeanswear vivem um processo de profissionalização, que exige um novo perfil de franqueado. A qualidade importa mais que a quantidade de lojas”, avalia Antonio Bruno de Carvalho, da Consultive, especializada em gestão de marcas, que calcula em torno de 30 franquias jeans no Brasil. O consultor formatou o sistema de franquias da Lee, da Wrangler, da Colcci e, mais recentemente, da Acostamento, proprietária da marca Act.

 

Localizada em São José do Rio Preto, a Act cresceu operando com canais multimarcas no interior de São Paulo. Para ganhar visibilidade nas capitais, a empresa optou pelo sistema de franquia, que vem somar ao canal tradicional.

A estratégia pode ser arriscada. Segundo João Baptista da Silva Jr, diretor ABF (Associação Brasileira de Franchising), a experiência recomenda evitar manter canais de venda conflitantes, como lojas franqueadas, multimarcas ou licenciados.

 

Sistema maduro

Há 22 anos no mercado, dos quais 12 com lojas franqueadas, a Strutura reduziu o tamanho da rede ao longo de 2006. Fechou o ano passado com 51 lojas – 37 próprias (divididas entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo) e 14 franquias (em cidades do norte e nordeste). Atualmente, são 44 unidades, das quais 32 próprias, incluindo a que foi recentemente aberta em Belém do Pará (PA), e 12 franqueadas, conta Wagner Lopes de Almeida, gerente de expansão e franquia da empresa.

 

Segundo o executivo, o público da marca é eclético. “Pesquisas realizadas nos shoppings centers onde temos lojas mostram que houve uma forte mudança de comportamento por parte do consumidor”, diz. No passado, a Strutura desenvolvia coleções para serem consumidas por um público na faixa de 17 a 30 anos. “Hoje, pais e mães desses adolescentes, na faixa de 50 anos, também compram nossos produtos”, garante Almeida.

 

A empresa terceiriza todos os produtos que vende – do jeans aos acessórios. São 48 fornecedores homologados, que despacham os produtos diretamente para as diferentes unidades. As peças em jeans representam 30% das coleções. O investimento numa loja da marca varia de R$ 100 mil a R$ 150 mil, incluindo o estoque inicial e sem contar o ponto.

 

Expansão

De acordo com dados da ABF, o segmento de vestuário como um todo, e não apenas o do jeans, faturou R$ 2,29 bilhões, em 2005. A previsão para este ano é de um aumento de receita da ordem de 10%. O número de redes e de unidades no segmento também evoluiu.

 

EVOLUÇÃO DO SETOR DE FRANQUIAS DE VESTUÁRIO

Ano

Faturamento (R$)

Número de redes

Número de lojas

2001

1,6 bilhão

84

2.734

2202

1,8 bilhão

93

2.805

2003

1,7 bilhão

92

2.207

2004

1,7 bilhão

106

2.044

2005

2,2 bilhões

119

2.352

fonte: ABF