Mix variado e marca forte: receita da Sawary.

Aos 20 anos, a empresa comemora com bolo gigante, três novos licenciamentos, ensaios no varejo e estratégia para atender pequenos lojistas de fora de São Paulo.

Consolidada como marca de jeans reconhecida mesmo por quem não usa a linha de produtos, a Sawary avalia que aos 20 anos está estabilizada entre o público da classe C, com entrada em fatias da classe B e até da A. O trânsito entre consumidores de demandas diferentes é facilitado pela enorme diversidade de produtos disponível na loja do Brás em diversas faixas de preços, diz Miled El Khoury, um dos diretores da Sawary, ao fazer um balanço dessas duas décadas no mercado. “Cada um vem aqui e compra o que é adequado para sua loja”, resume o empresário, que toca a empresa em sociedade com dois irmãos.

Começou no bairro paulistano do Brás com 1,5 mil peças por mês, que saltaram nesse período para 500 mil peças por mês. Só a linha de jeans sustenta venda em torno de 6 milhões de peças por ano entre calças, shorts, bermudas, jardineiras, jaquetas, sobretudo para mulheres, mas com opções para homens e crianças. O tíquete médio de compras na loja de atacado é de R$ 55,00, com calças que custam para lojistas e distribuidores a partir de R$ 34,00, diz o executivo, acrescentando que a empresa conta para suprir as prateleiras com um grupo de 20 grandes fornecedores que trabalham em regime de PL (private label), “alguns estão com a gente desde o início”.

Há questão de dois anos, os sócios decidiram abrir a marca para licenciamento, com linha fitness, de óculos, sapatos masculinos e outros acessórios. Ao longo de 2015, vai incrementar a área de licenciamento da marca com mais três produtos: perfumes (para homens e mulheres); chinelos; e para o verão 2016 lança a linha de calçados femininos, com sapatilhas e sandálias.

Em jeans, por semana, coloca 20 novos modelos na loja de pronta entrega, que podem ser multiplicados por dez, em função das variações em termos de tecidos empregados, lavagens aplicadas, tipos de aviamentos e faixas de preços, explica Miled. A loja ocupa prédio na rua Joli de 6 mil metros quadrados, onde também funciona o showroom no primeiro andar.

O empresário atribui o salto de patamar em penetração de mercado da marca Sawary à estratégia de investir em campanhas de marketing estreladas por celebridades, que começou em 2009. Com a apresentadora Sabrina Sato, o relacionamento comercial já dura sete anos. O contrato com o cantor jovem Luan Santana é mais recente. Ambos estiveram presentes na festa armada na semana passada, com bolo de 20 metros, servido a 500 convidados e todos os clientes da loja naquele dia.

Miled defende que “o segredo é quem sai na frente; quem sempre aposta; quem tem coragem de apostar. E essa é a característica da Sawary”. O canal mais forte de vendas continua sendo o das multimarcas, a maioria comprando na loja de pronta entrega. São em torno de dez mil lojistas cadastrados. Mas, a Sawary enxerga que há espaço para expandir a atuação, mesmo no atacado. Por isso, há um ano, nomeou representantes comerciais para atender pequenos lojistas, com uma ou duas lojas, que deixaram de viajar para São Paulo para fazer compras. Atualmente, são 30 representantes.

Outro canal são os magazines, estando nessa categoria grandes varejistas de moda, como C&A e Riachuelo, e hipermercados, como Walmart e Carrefour. O varejo é alvo de estudos em andamento e alguns ensaios. Começou em outubro passado a experiência, com o lançamento do site de vendas para o consumidor final, e cujo desempenho não esfriou os ânimos, reconhece Miled, sem revelar o tamanho da operação. Outro passo foi inaugurar loja de desconto no Off Outlet Fashion Fortaleza, no Ceará, aberto no final do ano passado.

Sobre a entrada direta da Sawary no varejo, Miled comenta: “Estamos com o pé no chão porque com o passar dos anos enxergamos que são duas estruturas muito diferentes – a de varejo e de atacado. Temos tudo pronto, mas, ainda estamos estudando. Estudando o consumidor, estudando a cara da loja, estudando como a operação será comandada. Não é simplesmente chegar e abrir uma loja, em qualquer lugar”.

Com primeiro trimestre ligeiramente mais fraco que o ano anterior, a Sawary vai dedicar “muita atenção” para os clientes, para aqueles “que deixaram de comprar, que não vieram mais para o Brás. Temos uma carteira gigante de clientes e temos que cuidar dela”. Miled aponta que houve certo aumento de vendas em abril e “maio está indo bem”. Para os próximos 20 anos, diz que vai continuar fazendo o mesmo que vem fazendo desde o início: “olhando o próprio negócio, trabalhando diariamente o dia inteiro, com foco em produto, preço e venda”.

GALERIA DE FOTOS

  • Foto 1
  • Foto 2
  • Foto 3