Mercado para teens movimenta R$ 10 bilhões

As grifes investem para atrair ávidos consumidores com idade entre 12 e 20 anos

Hoje os adolescentes não querem mais se vestir como crianças e nem querem copiar os adultos. Na área de vestuário, os teens representam um mercado que cresceu 5% em 2005. O segredo para conquistar o público entre 12 e 20 anos é o foco no jeanswear e muita pesquisa sobre o universo adolescente.

Segundo dados da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) e da Ipsos-Marplan, no último ano, a venda de roupas para os adolescentes movimentou R$ 10 bilhões. Dos 60% que a moda feminina representa no total de consumo de moda no Brasil, 60% dizem respeito ao consumo das teens. A pesquisa revela, ainda, que 70% dos adolescentes escolhem a marca do que vestem.

Evento especializadoPorta-voz da moda para os adolescentes, Sara Kalili, percebeu a lacuna entre as roupas adultas e infantis e criou o Teen Fashion. O objetivo do evento é organizar o segmento e estimular as confecções a investir nesse nicho de mercado. Da primeira edição, participaram quatro marcas; da segunda, foram oito marcas; da terceira, nove; e a quarta contará com 12.

“As grifes que quiserem atingir os adolescentes têm que saber do que eles gostam e apostar na produção do uniforme deles: jeans e camiseta. Hoje, a menina vai ter o mesmo modelo da amiga, mas vai colocar algum detalhe personalizado”, garante Sara.

A Spezzato Teen atua há 16 anos no segmento de moda para meninas adolescentes e integra o Teen Fashion desde a primeira edição. “É evidente o interesse nesse público, não só no setor de vestuário, como em vários outros segmentos de consumo. Isso tornou o mercado mais competitivo e o consumidor final sai ganhando”, conta a proprietária da grife Christiane Rocco.

A loja trabalha com duas faixas de público de nove a 12 anos e de 13 a 15. Os tamanhos variam do 08 ao 18. Para atrair os adolescentes, a grife investe em uma comunicação especial: “Fazemos desfiles com modelos e celebridades, e com as próprias clientes, customização de camisetas, bonés, patrocínio de times nos principais colégios da cidade”, revela a confeccionista.

No segmento de jeans, a preferência é pela peça com 1% de elastano. O componente auxilia na modelagem que precisa atender as meninas com o corpo em desenvolvimento. A grife trabalha com a linha básica, e a linha Gold que segue as tendências, como jeans slim e as cigarretes.

Nos anos de 1995 e 1996, a marca paulistana Costume mudou de cara e deixou de produzir peças para crianças, passou a focar na moda feminina e investir no jeanswear. Contudo, a modelagem menor foi mantida e as adolescentes representam uma grande fatia dos consumidores da confecção. Os tamanhos variam entre o 32 e o 42 para calças e do PP ao G, em blusas.

Para entender as jovens consumidoras, a equipe de criação sempre consulta revistas como Vogue Teen, Elle Girl e ficam de olho nas tendências. “Quando viajamos, observamos bem as meninas de outros países. As adolescentes da Europa sempre usam algum detalhe charmoso. Nas coleções traduzimos isso para a vitrine, o catálogo e os acessórios. A menina brasileira é menos ousada”, descreve Carla Diorio assistente de estilo da Costume.
Ela conta que as clientes procuram combinações simples: um jeans com alguma blusinha. As peças em denim representam 30% das vendas da loja. O elastano também é preferência entre as consumidoras da grife que buscam jeans com detalhes como variedade de lavagens, aplicações de filigrana.

A Costume investe numa imagem jovial. O website da grife, por exemplo, lembra uma agenda de menina.