Invista lança ToughMax no Brasil

Primeiros tecidos com essa tecnologia devem chegar ao mercado entre setembro e outubro, mesma previsão para artigos com a tecnologia Beauty.

No segundo semestre, entre setembro e outubro, está previsto o lançamento no Brasil dos primeiros tecidos usando as tecnologias ToughMax e Beauty, desenvolvidas pela Invista. A expectativa é que duas tecelagens anunciem novidades, uma de cada linha, informa Robson Ferreira, líder do segmento de jeanswear e tecidos planos da Invista no Brasil. Ele explica que a ToughMax é basicamente o T400 sozinho na trama do tecido.

“Por ser um filamento e por suas características, o T400 consegue um tecido duas vezes mais resistente a abrasão e a rasgo”, observa o executivo. Por isso, sua aplicação é mais destinada ao segmento de jeans masculino, “sendo muito indicado para esportes urbanos e radicais”. Ele não informou se o lançamento será em denim ou sarja.

O outro projeto envolve um fabricante de denim e uma marca de jeans feminino que farão o anúncio de artigo produzido com a tecnologia Beauty, desenvolvida para modelar o corpo, sendo bem justa ao corpo, mas, mantendo o conforto e a forma, descreve a Invista.

Atualmente, quatro tecelagens da área de jeans são parceiras homologadas da Invista no país: Canatiba, Santista, Cedro e Santanense.

PESQUISA: PARA METADE DAS MULHERES BRASILEIRAS É DIFÍCIL COMPRAR JEANS.
No final do ano passado, a Invista concluiu um estudo global com cerca de 2,5 mil consumidores de cinco países, sendo o Brasil um deles, para entender o comportamento de consumo de jeans. “Mais que tamanho de mercado, essas pesquisas abastecem nosso pipeline de inovações”, disse Ferreira em palestra na semana passada, durante o InspiraMais, em São Paulo (SP), que focou a divulgação dos dados do público feminino.

Foram ouvidos consumidores de Alemanha, Brasil, China, Espanha e Estados Unidos. Das muitas variáveis avaliadas pelo estudo, algumas relativas ao mercado nacional se destacam. O jeans brasileiro é o mais barato entre os países ouvidos. Uma calça de denim para mulheres custa em média US$ 40, preço que equivaleria a R$ 119,00. Até as chinesas pagam mais: US$ 58, o maior preço pago. A média americana é de US$ 53, enquanto na Europa a média espanhola é de US$ 43 e a alemã de US$ 56.

As mulheres brasileiras são as que mais tem jeans no armário. São 9,3 calças por mulher, contra a média global de oito jeans no armário. São também uma das mais insatisfeitas. Para 52% delas, comprar jeans não é uma tarefa agradável. É difícil e estressante. Por dois principais motivos: porque não encontra o jeans ideal para seu corpo e por excesso de ofertas. Só perdem para as alemãs, que somam 70% de insatisfação.

FRUSTRAÇÃO DE CONSUMO
De acordo com a pesquisa da Invista, 84% das brasileiras estão insatisfeitas com a qualidade do jeans que compram em termos de modelagem. A resposta mais ouvida foi a de que é difícil encontrar uma calça que se ajuste bem a cintura, quadris, bumbum e comprimento. A diversidade de corpo encontrada no Brasil representa um desafio adicional às marcas e confecções, reconhece Ferreira.

Conforto é outro aspecto considerado na compra por 59% das brasileiras, tanto que nos últimos dois anos aumentou o número de mulheres que optam pela legging para ficar em casa no lugar de jeans como faziam antes. Na edição atual da pesquisa, 31% delas disseram usar legging contra 40% da anterior.

A frustração não está limitada às brasileiras. Do total global, 43% das mulheres consultadas declaram que compram o que tem ou acham na loja. Outros 42% simplesmente não compram quando não acham. Os restantes 15% optam pelo uso de legging.

PAGAR MAIS E MODELOS PREFERIDOS
Caso achassem o par perfeito, as mulheres do mundo inteiro se mostram tentadas a pagar mais pela calça jeans. As brasileiras indicam disposição para desembolsar 36% a mais que a média de US$ 40 (o que daria quase US$ 55). Mais contidas, as chinesas declaram que pagariam até 21% acima do preço médio. Nos Estados Unidos, elas pagariam até 46% mais, enquanto alemãs e espanholas se disporiam a pagar sobrepreço de 39%.

Por incrível que pareça, as skinnies não são o modelo de calça jeans preferido das brasileiras. Segundo a pesquisa, 25% delas apontaram o fit skinny. O corte tradicional foi o mais citado, com 27% das preferências, o slim com outros 20% e o bootcut com 18%. É residual, a participação de outras modelagens como flare, boyfriend, wideleg ou jogging.

UNIVERSO PESQUISADO
O estudo global da Invista foi encomendado à agência 2CV Research. No Brasil, foram ouvidos 523 consumidores, entre homens e mulheres, de 18 a 49 anos de idade, que tenham comprado pelo menos uma calça jeans nos últimos seis meses anteriores à data da pesquisa. Segundo Ferreira, a pesquisa contou com uma fase inicial de consulta online, uma segunda fase qualitativa restrita a 20 consumidores e a terceira tratou de aspectos etnográficos, com pesquisadores indo até a casa do consumidor.