InBrands defende parceria para disputar mercado internacional

Nelson Alvarenga, diretor do grupo, não descarta acordos que envolvam triangulação de produção, ou seja, fabricação em outro país

Em apresentação no segundo dia do ITMF 2010, fórum internacional da indústria têxtil, realizado em São Paulo (SP), entre os dias 17 e 19, Nelson Alvarenga, diretor do grupo InBrands que entre outras marcas controla a Ellus, provocou polêmica. Ponderou que o mundo vive um momento particularmente difícil em que a moda está fora de moda, competindo com tecnologia e turismo. Mas que o Brasil tem uma esperança por “finalmente ter entrado no radar do mundo”, disse o empresário, e uma oportunidade de ser reconhecido como país sério, profissional e respeitado pelo design.

“Para isso, precisamos de parceiros internacionais para nossas marcas. A InBrands está disposta a fazer parcerias, inclusive com a triangulação de produção em mercados mais competitivos, colocando nosso design, nosso lifestyle, independentemente de onde o produto seja feito. Vamos sair de fronteiras fechadas e pensar em parcerias que nos ajudem a avançar no processo”, defendeu o empresário, sócio do grupo de investimento em moda criado em 2007 e que, atualmente, administra nove marcas e fatura R$ 550 milhões por ano.

Em reunião com a imprensa, da qual Alvarenga também participou, o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Aguinaldo Diniz, discordou da estratégia da InBrands como parte de uma política industrial para o setor. “Onde se faz o produto é sim muito importante”, disse o dirigente. Ele concorda que o país precisa disputar o mercado internacional, no qual a presença da indústria brasileira representa menos de 1% do comércio mundial, a despeito de ser o quinto maior produtor global de têxteis e de confecções.


Para Alvarenga, a hora se revela propícia para recuperar o que considera duas décadas perdidas, período durante o qual os brasileiros enfrentaram nove pacotes econômicos e seis mudanças de moeda. “Com essa instabilidade, não havia como fazer negócios e contratos internacionais. Por isso, tivemos que nos virar por aqui e carregar essa atrofia nas costas. O bom foi que nesse período desenvolvemos marcas – o Brasil é o país que tem mais marcas no mundo”, avaliou.

 foto: divulgação (Jorge Rosenberg)