Indústria de jeans da China sob a mira do Greenpeace

Divulgado na semana passada, relatório da organização destaca contaminação do rio da região por resíduos desprezados pelas fábricas e pede controles mais rígidos

Na semana passada, o Greenpeace divulgou relatório alertando sobre as condições ambientais envolvendo duas cidades industriais chinesas, uma dedicada à produção do jeans e outra, de lingerie. Em Xintang, que a organização chama de Capital Mundial do Jeans devido ao volume de produção, algo como 260 milhões de calças por ano, a equipe regional do Greenpeace identificou presença de metais pesados (cádmio, cromo, mercúrio, chumbo e cobre) em amostras de água e sedimentos recolhidos dos efluentes desprezados pelas fábricas bem acima dos limites considerados aceitáveis e seguros, pois, são substâncias tóxicas para a saúde humana e para a preservação dos recursos naturais.

“Elas são apenas duas de 133 cidades do cluster de produção têxtil da China. Sem alterações substanciais em torno das regulamentações governamentais e as práticas da indústria sobre o uso de químicos perigosos e lançamento de efluentes industriais, cidades como Gurao (produção de lingerie) e Xintang continuarão a existir por toda a China”, afirma o relatório. O Greenpeace apela para o governo chinês implementar controles rigorosos de descarte dos efluentes industriais, além de estabelecer meta e cronograma para eliminar gradualmente os produtos químicos perigosos das práticas industriais.



Ao tornar público os resultados desse levantamento, o Greenpeace coloca no paredão o jeans produzido na China. Mas não se furta a uma certa generalização ao afirmar que “blue jeans são muito mais sujos do que se poderia imaginar. As lavagens do denim cool resultam de vários processos com uso intensivo de produtos químicos. Estampados e tingimento envolvem metais pesados como cádmio, chumbo e mercúrio – e não coisas que se gostaria de ter perto da pele nua”.