CK e Gap entram em ciclo de mudanças

A primeira informa que a linha de luxo será incorporada às coleções e a segunda anunciou que vai dividir a empresa em duas

Contemporâneas, as cinquentonas Calvin Klein e Gap anunciaram mudanças complexas na estratégia de mercado a partir de 2019. As transformações foram impulsionadas pelos resultados financeiros mais enfraquecidos do ano fiscal anterior. A holding americana Gap Inc. decidiu separar marcas e mudar de nome. Uma empresa será composta pelas marcas Gap, Banana Republic, Athleta, Intermix e Hill City. A outra concentrará os negócios da marca Old Navy. A intenção é concluir a divisão até o próximo ano.

A companhia avaliou que o modelo de negócios e o perfil de clientes da Old Navy são bem diferentes do outro núcleo de marcas. No ano fiscal de 2018, a Gap Inc. teve receita de US$ 16,6 bilhões, 47% dos quais (US$ 7,9 bilhões) sustentados apenas pelas vendas da Old Navy. Juntas as demais marcas arrecadaram US$ 8,7 bilhões, que representam 53% do total. Segundo a holding, a Old Navy é uma das marcas de vestuário que mais crescem nos Estados Unidos, com um mix de produtos para atender a família.

Sonia Syngal, atual presidente e CEO da Old Navy, será mantida no cargo. A nova companhia terá à frente Art Peck, atual president e CEO da Gap Inc.

A companhia encerrou 2018 com 3.666 lojas de varejo e pretende completar readeqaução com o encerramento de 230 pontos da Gap ao longo dos próximos dois anos. Atualmente, a marca conta com são 1.242 em diferentes países.

LOJA DA MADISON AVENUE da CALVIN KLEIN SERÁ FECHADA

Em dezembro, pouco mais de um mês depois da divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2018, a Calvin Klein anunciou a saída do badalado Raff Simmons da direção criativa. Em janeiro, Steve Shiffman, diretor executivo da Calvin Klein Inc., subsidiária integral da PVH Corp., revelou uma série de mudanças estratégicas para enfrentar as mudanças no comportamento do consumidor, especialmente dos jovens. Ele tratou de três grandes iniciativas.

A primeira delas atinge em cheio a linha de luxo da marca 205 W39 NYC. Segundo a companhia: “ficamos desapontados com a falta de retorno sobre nossos investimentos na Calvin Klein 205 W39 NYC”. Disse que a linha seria repensada para “se conectar diretamente a todas as outras marcas da Calvin Klein e amplificar cada categoria com produtos exclusivos e experiências ambiciosas”. No meio desta semana de Carnaval no Brasil, o noticiário internacional deu como certa a saída da marca do mercado de luxo e a decisão de não mais desfilar na semana de moda de Nova York. Por conta dessa revisão da linha de luxo, a marca fechará em meados do ano a loja na Madison Avenue.

Na segunda inciativa, a empresa criou a unidade Consumer Marketing Organization (CMO) para desenvolver ações de transformação digital que envolvam o engajamento do consumidor e experiência de compra. A terceira iniciativa estratégica prevê a consolidação de operações das unidades de negócios masculinos da Calvin Klein Sportswear e da Calvin Klein Jeans. Nesse processo, as equipes de varejo e comércio eletrônico da companhia serão integradas para criar uma abordagem omnichannel que espelhe como os consumidores navegam, escolhem e compram hoje.

“Essas iniciativas estratégicas nos permitirão operar um negócio mais moderno, dinâmico e eficaz, além de nos permitir reinvestir na marca”, disse Shiffman no comunicado ao mercado, em janeiro. Calvin Klein faturou US$ 963 milhões, metade dos quais no mercado de fora dos Estados Unidos.