Sebrae vai habilitar fornecedores para o Rio 2016

Programa visa a adesão de micro e pequenas empresas de diferentes segmentos do setor como uniformes, bandeiras, itens de cama, mesa e banho.

Em parceria com o comitê olímpico Rio 2016, o programa Sebrae no Pódio pretende mobilizar e capacitar micro e pequenas empresas para fornecerem produtos e serviços nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O setor têxtil representa um importante elo nessa cadeia nas áreas de confecção de uniformes, lavanderia, bandeiras e itens de cama, mesa e banho. “É uma excelente oportunidade de negócios envolvendo investimentos de R$ 3 bilhões na organização dos dois eventos, dos quais R$ 300 milhões estão destinados às micro e pequenas empresas”, afirma a gerente de articulação institucional do Sebrae-RJ, Nayara Montandon.

Na semana passada, representantes do Sebrae no Pódio estiveram na Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Vestuário), em São Paulo (SP), a fim de apresentar o programa. É preciso que as empresas sejam certificadas para poder ser fornecedor do comitê olímpico do Rio 2016, grupo responsável pela infraestrutura, pela organização dos jogos e que realizará a contratação dos serviços. O empresário pode se cadastrar junto ao Sebrae que agendará gratuitamente o diagnóstico da empresa, avaliando se está apta ou não para fornecer para os Jogos, dentro dos parâmetros solicitados pelo comitê.

Na opinião de Sylvio Napoli, gerente de tecnologia e inovação da Abit, haverá uma corrida de fornecedores do setor entre as pequenas e médias empresas para aderirem ao programa. “Entre os 6 mil associados da entidade, mais de 50% são pequenas e médias empresas, muitas delas terão interesse em capacitar-se como fornecedor”, avalia o executivo. Para a indústria têxtil, é pedido o selo Qual de qualidade, desenvolvido pela Abit e pela Apex Brasil. “Uma das condições é a indústria ter processos que levem em conta a sustentabilidade”, explica Napoli.

As micro e pequenas empresas poderão fornecer diretamente ao comitê ou via encadeamento produtivo. Neste último caso, uma companhia maior pode contratar a pequena empresa que será indicada pelo Sebrae. “Estamos trabalhando no desenvolvimento de fornecedores para gerar renda e deixar um legado de profissionalização após os jogos”, afirma Nayara. Para o setor têxtil, as principais demandas são uniformes para todo o staff que vai trabalhar nos jogos, a confecção de bandeiras e tecidos para cama, mesa e banho, para equipar a vila olímpica (que terá 17,7 mil leitos) e os hotéis da cidade.

Caso seja necessário, o Sebrae oferecerá cursos de capacitação para a qualificação junto ao comitê. Ao final do processo, as empresas que participarem ganham certificação e codificação internacional, o UNSPSC (United Nations Standard Products and Services Code), que equivale ao CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). “A certificação é uma oportunidade para a entrada no mercado internacional, habilitando a empresa a fornecer para fora do Brasil. Os volumes demandados pelo comitê serão expressivos, justificando a participação”, diz Nayara.

O programa Sebrae no Pódio foi criado no ano passado e teve até o momento a adesão de 1,7 mil empresas. Além da indústria têxtil, diversos outros segmentos serão demandados ao longo desses dois anos, como construções temporárias, serviços de gráfica, alimentação e informática. No total, haverá demanda de 550 itens.