Invista vai produzir T166 no Brasil

Com três opções de titulagem, novo fio substituirá gradativamente o elastano tradicional na composição de tecidos planos, com início comercial previsto para o último trimestre.

A partir do último trimestre do ano, a Invista inicia a produção comercial no Brasil do fio T166B, que representa uma geração mais nova do elastano tradicional – aquele usado, por exemplo, na composição 98% de algodão e 2% de elastano. Destinado a tecidos planos, o novo fio será produzido no parque fabril da empresa localizado em Paulínia, no interior de São Paulo e, inicialmente, oferecido para a indústria de denim e sarja do país. Será comercializado em três títulos: 40 denier, 65 denier e 105 denier.

Há quatro anos o fio Lycra T166 foi lançado na Europa e nos Estados Unidos. Como a demanda brasileira justifica, a Invista decidiu pela produção local. Durante um ano adaptou as características do fio e os insumos usados na fabricação para as características do mercado brasileiro, explica Jocimar Faé, técnico de mercado e desenvolvimento da Invista, responsável pelo projeto. Em abril, foi feita a primeira produção industrial do fio para que parceiros da empresa no país fizessem seus testes. “Agora estamos em fase de comprovação de mais clientes, em termos de tecido acabado. Para assim torná-lo comercial”, diz o técnico, prevendo a entrada da produção comercial entre outubro e novembro, inclusive com lançamento de jeans feito com o novo fio.

Conforme Faé, a intenção da Invista é substituir todos os fios tradicionais destinados a tecido plano por essa família. “Temos outros fios Lycra que são mais genéricos; esse é muito específico”, salienta o executivo, calculando ter oito tipos de fios diferentes em comercialização atualmente. A transição será gradativa e sem data para ser concluída. Mas, a empresa avalia que devido aos benefícios do T166 a indústria faça essa migração de forma bem rápida, talvez, em um ano.

PROPRIEDADES DO NOVO FIO
Entre os principais insumos para fabricação do T166, a Invista aponta o emprego de óleos minerais no lugar do silicone usado no acabamento dos fios tradicionais, que torna o fio mais flexível e menos impregnado. Do ponto de vista do fabricante, nada muda na forma de produzir o denim ou a sarja, garante a Invista. Porém, os benefícios seriam muitos com a substituição, pondera a empresa.

“O T166 desenrola da bobina com menos variabilidade de tensão, é mais suave; e tem menos acúmulo de fibrilas por causa do tipo de óleo. Com isso, a possibilidade de quebra cai para praticamente zero. Também resulta em uniformidade do fio recoberto com algodão. Tem, então, ganho de produtividade e qualidade do fio. Sendo o fio mais uniforme, a tecelagem terá produtividade melhor e tecido com menos defeito relacionados à fio de trama. Depois no acabamento, como o T166 distribui melhor as tensões a que é submetido, o tecido acabado apresenta menos variação de largura, é mais estável e com mais retorno. Fica mais uniforme em termos de largura e do comportamento de alongamento do tecido ao longo das peças”, detalha Faé. Pode ser empregado tanto para conforto como em versão super elástica.