ABVTEX prevê fornecedores certificados até 2013

Entidade que representa os grandes varejistas brasileiros reforça a divulgação do programa de qualificação do qual participam C&A, Leader, Marisa, Pernambucanas, Renner, Riachuelo, Pão de Açúcar e Walmart



Com as recentes notícias de irregularidades graves na contratação de mão-de-obra por parte de fornecedores de grandes varejistas locais, envolvendo denúncias de trabalho praticamente escravo, a ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) reforçou a divulgação de seu Programa de Qualificação de Fornecedores para o Varejo. Participam do programa, criado o ano passado, a C&A, a Leader, a Marisa, a Pernambucanas, a Renner, a Riachuelo, o Grupo Pão de Açúcar e o Walmart.

A certificação de fornecedores será feita em duas etapas, informa a entidade. Até dezembro de 2012, todos os fornecedores dessas empresas, localizados no estado de São Paulo, deverão estar certificados. Dezembro de 2013 é a data-limite para os fornecedores das demais regiões do Brasil comprovar que operam de acordo com as leis trabalhistas do país.



Segundo a entidade, o programa é destinado a fornecedores e subcontratados, das áreas de vestuário e de itens têxteis para o lar, e não se aplica a fabricantes de calçados, de matéria-prima ou que façam o aproveitamento do tecido antes do corte. Para participar, os fornecedores devem assinar um termo de adesão concordando com a auditoria. São os próprios fornecedores que arcam com os custos de contratação dos organismos certificadores.

Após a vistoria, a certificação é divulgada e tem validade de dois anos, com uma auditoria de manutenção ao completar 12 meses. Os fornecedores que não forem aprovados devem solucionar os problemas e solicitar uma nova vistoria dentro de seis meses. A previsão da ABVTEX é divulgar até o final de setembro um balanço do percentual de fornecedores qualificados pelo programa. A entidade esclarece que não haverá uma lista pública de certificados.

O Ministério Público vem investigando com rigor o setor de confecção de vestuário que fornece para os grandes varejistas. Desde 2009, foram emitidos 200 autos de infração, com valores estimados em R$ 4,5 milhões.

fotos: divulgação