Varejo de roupas fatura menos em janeiro

Se o movimento das vendas do comércio paulista em geral caiu 5,4% no mês, a queda da receita de moda foi quase três vezes maior, informa a Fecomércio SP.

Desde outubro o varejo de vestuário, tecidos e calçados vem registrando queda de faturamento em São Paulo na comparação entre meses iguais de 2014 e 2015. O mesmo comportamento foi verificado em janeiro, informa a Fecomércio SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), de acordo com os dados mais recentes da pesquisa conjuntural realizada mensalmente pela entidade e que foi divulgada em abril. Em janeiro, as lojas de moda faturaram R$ 3,037 bilhões, que representaram queda de 14,45% em relação a janeiro de 2014, sendo quase três vezes maior que o recuo do comércio varejista como um todo do estado.

As vendas de roupas, tecidos e calçados só não caíram mais que de dois segmentos acompanhados pela pesquisa: móveis e objetos de decoração (-19,88%); e carros (-18,20%). Como um todo, o varejo paulista faturou R$ 41,77 bilhões, queda de 5,4% sobre as vendas de janeiro de 2014. No segmento de moda, a capital responde por 34% do faturamento do estado e, em janeiro, registrou o terceiro maior recuo de vendas, com queda de 26,80%, atingindo R$ 1,02 bilhão. Mas, a queda foi generalizada e ocorreu em 11 das 16 regiões monitoradas na pesquisa.

Osasco e ABCD tiveram desempenho ainda pior que a capital com contração das vendas de 37,70% e 29,70%, respectivamente, em relação ao registrado em janeiro do ano passado, diante de faturamento em janeiro de 2015 de R$ 174,82 milhões (Osasco) e R$ 224,42 milhões (ABCD). Das cinco regiões nas quais as vendas melhoraram no intervalo comparado, Guarulhos (a segunda maior depois da capital) teve o maior incremento, com alta de quase 50% sobre o ano anterior, para atingir R$ 292,74 milhões. Veio seguida por Sorocaba (39,30%), Presidente Prudente (15,40%), São José do Rio Preto (5,10%) e Jundiaí (2%).

A pesquisa da Fecomércio SP utiliza dados da receita mensal informada pelos varejistas ao governo paulista. A entidade avalia que “o recuo significativo do setor de vestuário mostra que os tradicionais períodos festivos, que incluem promoções e liquidações pós-Natal, não surtiram efeito positivo este ano, o que denota a preocupação dos consumidores sobre seus gastos”. Também estima que a “aceleração da inflação, o desaquecimento generalizado das atividades, o aumento dos juros, a piora nos indicadores de emprego e renda, somados à instabilidade política” devem comprometer o desempenho do varejo paulista. A estimativa da Fecomercio SP é de queda de 1% das vendas no primeiro semestre e de 2% em 2015.