Roupas ficam muito abaixo da inflação

Ano termina com alta geral de custo no país de 3,75%, enquanto itens de moda foram reajustados em 0,61% sobre 2017

A despeito da queda do consumo, a pressão inflacionária no Brasil aumentou em 2018. O ano termina com IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrando alta de 3,75% sobre 2017, segundo os cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O reajuste dos itens de moda, cuja categoria Vestuário inclui roupas, tecidos, calçados e acessórios, joias e bijuterias, ficou muito abaixo da inflação oficial brasileira. Os preços subiram 0,61%, sendo a atividade que menos aumentou preços no ano, conforme revelam os dados da pesquisa divulgada na manhã desta sexta-feira, 11 de janeiro, pelo IBGE.

Também é a menor variação desde 2010 (veja abaixo o gráfico da década montado pelo portal GBLjeans, comparando o IPCA geral com o de moda e o de roupas).

O comportamento entre os itens que compõem a cesta vestuário do estudo do IBGE variou bastante. O índice foi puxado para baixo pela área de calçados e acessórios, a única a registrar variação negativa. Caiu 1,48% em 2018 em relação ao ano anterior. O IPCA de moda poderia ser ainda menor não fosse a alta imposta por joias e bijuteria, cujo aumento foi de 6,44%, e por tecidos, com acréscimo de 2,40% de um ano para o outro.

Os reajustes de preços das roupas foram os mais reprimidos pelas circunstâncias de mercado. Subiram 0,81%, com aumentos em todos os segmentos. As roupas femininas foram as que mais encareceram, tendo expandido 1,28% na comparação com 2017. As masculinas ficaram 0,48% mais caras e as infantis subiram 0,34% ao longo de 2018.

AS CIDADES MAIS CARAS PARA COMPRAR MODA EM 2018

O Distrito Federal e São Luís foram as capitais mais caras do país para comprar moda em 2018. Ambas fecharam o ano com reajustes acima da inflação. São Luís liderou a alta, com aumento de 6,84%. No Distrito Federal a alta ficou em 4,49%. Maior mercado do país, a cidade de São Paulo registrou variação de 0,41%.

No sentido contrário, cinco capitais apresentaram deflação. A maior queda foi em Campo Grande (-4,75%), seguida por Porto Alegre (-0,67%), Fortaleza (-0,44%), Goiânia (-0,06%), Curitiba (-0,19%).

VARIAÇÃO DOS PREÇOS EM DEZEMBRO

Moda encerrou 2018 aquecida. Em dezembro, registrou a maior variação mensal ao longo do ano. Os preços foram reajustados em 1,14% contra a inflação oficial de dezembro de 0,15%, mostra a pesquisa do IBGE. Todos os itens da cesta Vestuário ficaram mais caros em dezembro em relação ao mês anterior. Roupas femininas subiram 2,34%; masculinas aumentaram 1,57%); e infantis encareceram 0,91%. Os tecidos tiveram preços reajustados em 1,15%; os de calçados em 0,64%; os de joias e bijuterias em 0,32%.