Produção de roupas pode crescer 2%, em 2017.

Mesmo considerando sinais de retomada, previsão do Iemi é o Brasil retornar ao nível de 2010 só daqui a quatro anos, em 2020.

A previsão inicial de aumento no volume da produção brasileira de peças do vestuário ao longo de 2016 prevaleceu, ainda que não ao nível inicialmente estimado. O crescimento deverá ser residual este ano, de 0,9%, para 5,9 bilhões de peças de roupas. Confirmado esse volume, o país poderá atingir em 2017 algo em torno a 6 bilhões de peças, de acordo com projeções realizadas pelo Iemi – Inteligência de Mercado.

Segundo Marcelo Prado, diretor da empresa de consultoria e estudos de mercado, essa expansão refletirá os primeiros sinais de retomada da economia brasileira. “Porém, nossa expectativa é que a indústria da moda só retorne seu maior nível de produção, de 2010, quando fez 6,4 bilhões de peças, em 2020”, disse o executivo em palestra durante evento de lançamento do verão 2018 da Capricórnio Têxtil.

Por envolver importações e o que de fato é vendido nas lojas, os números do varejo de moda são diferentes dos da indústria. Para o comércio, a previsão do Iemi é crescimento de 2,5% em 2017 sobre os 5,8 bilhões de peças esperados para 2016. Se constatado esse volume para este ano, o varejo de moda terá recuado 5,9% em relação aos 6,1 bilhões de peças girados em 2015.

Para 2016, os valores movimentados pelos dois setores também são diferentes. A expectativa é a produção nacional atingir R$ 109,1 bilhões, aumento de 4,3% sobre os R$ 104,6 bilhões de 2015. De seu lado, o giro do varejo de moda deverá alcançar R$ 183,6 bilhões, alta de 1,3% em comparação com os números de 2015, apontou Prado. “Foram dois anos de crise, em 2015 e 2016. A partir de 2017 haverá uma retomada mais lenta da qual todos os segmentos poderão tirar proveito”, avalia o diretor do Iemi.

MERCADO DE JEANS
Na palestra, Marcelo Prado abordou também o mercado brasileiro de jeans. Calculando que o país teria em torno de 6 mil confecções de jeans, o Iemi aponta para 340 milhões de peças feitas de denim e sarja em 2016, que corresponderia a aumento de 1,4% em relação a 2015. Somado às importações, esse volume subiria para 365 milhões de peças, em 2016. Em termos de valor da produção, a curva também deverá ser de expansão.

Conforme dados da pesquisa divulgada pelo Iemi, o valor da produção nacional de jeans em 2016 deverá movimentar R$ 8,6 bilhões, que equivaleria a pouco menos de 8% da produção total brasileira. Em 2015, o valor foi de $ 8,4 bilhões para 335 milhões de peças, dos quais 75% correspondem a calças. Os outros 25% estariam divididos entre camisas, saias, jaquetas, bermudas, shorts e vestidos.