Negócios com algodão ganham ritmo

Cepea registra aumento em junho e Icac aponta que Brasil ganhou participação nas importações chinesas na temporada 2019/20.

O indicador do algodão em pluma medido pelo Cepea/Esalq registrou leve melhora em junho sobre os dois meses anteriores. “Ao longo do período, entregas de contratos que estavam postergadas foram realizadas, e negócios envolvendo a pluma da nova safra, fechados”, afirma comunicado ao mercado do órgão. No entanto, ainda segundo a nota, compradores seguiram pressionando as cotações e pedindo prazos mais alongados de pagamento. Ainda assim, os preços ficaram estáveis ao longo de junho, diz o Cepea.

Segundo o levantamento, o algodão foi negociado, em média, a R$2,71 por libra/peso. O indicador corresponde a 2,3% acima que a média de maio, mas 3% inferior à de junho de 2019. Em relação a março de 2020, quando a pandemia atingiu em cheio o Brasil, o preço ficou 7,1% abaixo da média.

BRASIL EXPORTA MAIS PARA A CHINA

A pandemia da covid-19 virou o mundo do algodão de cabeça para baixo, mas nem tudo mudou nos últimos seis meses, afirma o mais recente boletim do Icac (Intenational Cotton Advisory Committee). Apesar de sofrerem com os efeitos do novo vírus e de manterem a disputa comercial, Estados Unidos e China mantiveram a liderança de mercado. A China como o maior importador da fibra, e os Estados Unidos como os maiores exportadores.

Entretanto, a guerra comercial entre os dois países tem provocado efeitos colaterais benéficos. Em meio a disputa, o Brasil ganhou participação nas importações chinesas. Para a safra 2019/20, o Icac prevê o Brasil exportar 1,8 milhão de toneladas, pouco mais da metade para a China.

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que integra o Ministério da Economia, as exportações brasileiras de algodão bruto somaram 56,704 mil toneladas e US$ 83,63 milhões em junho. Sobre igual mês de 2019, corresponde a queda de 12,6% em volume e 22,7% em valor.