Indústria retoma produção em maio

Pesquisa do IBGE mostra movimentação nos setores têxtil e de confecção, ainda que o acumulado do ano permaneça negativo.

Depois da forte retração experimentada entre março e abril por causa da pandemia de covid-19, a produção industrial brasileira voltou a se movimentar. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registra aumento de atividade em maio de 7%, disseminado entre os 26 segmentos, sendo que seis mantêm retração. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) mostra crescimento acima dessa média dos setores têxtil e de confecção em relação a abril. Expansão de 12,3% entre as confecções de vestuário e de 10,2% no têxtil.

Porém, o desempenho positivo mais acentuado em maio, não reverteu o impacto de plantas industriais paradas entre março e abril. Mas, expressa em parte a lenta retomada da reabertura do varejo de moda, com horário reduzido de funcionamento das lojas.

A comparação com maio de 2019 demonstra o tamanho do impacto da pandemia na moda. A queda na produção de roupas foi de 60,8%. O nível de retração só não foi maior que o anotado pela categoria Outros equipamentos de transporte (como barcos e aviões), com queda de 71,2%) e veículo automotores (-74,5%).

A comparação com o mesmo mês do ano passado também não é favorável para a indústria têxtil. O setor reduziu a produção em 46,5%.

Conforme a pesquisa, o freio no ritmo dessas duas atividades foi muito superior ao acionado pela indústria brasileira, que teve queda de 21,9% sobre maio de 2019.

ACUMULADO DO ANO

Mesmo com a variação positiva de maio, a indústria como um todo acumula resultado negativo de janeiro a maio (-11,2%). Nesse período, apenas quatro atividades tiveram aumento de produção: alimentos, derivados do petróleo, perfumaria e produtos de limpeza, papel e celulose.

O acumulado da indústria de vestuário nos cinco primeiros meses de 2020 corresponde a queda de 34,3% sobre o mesmo período do ano passado.

A indústria de têxteis viu a produção cair 21,4% no acumulado até maio, em relação a igual período de 2019.

ÍNDICE GS1 MOSTRA JUNHO EM RECUPERAÇÃO, MAS SEMESTRE EM QUEDA

Em maio, o Índice de Atividade Industrial da GS1 Brasil já mostrava certa retomada dos setores têxtil e de vestuário. O indicador faz a projeção com base na intenção de lançamentos, mediante a quantidade de pedidos de registro de novos produtos recebidos pela entidade. Em junho, a curva continua em alta para roupas, segundo a pesquisa. Em vestuário, as solicitações subiram 18,3% em junho em relação a maio, que teve variação positiva.

Já os pedidos das indústrias de têxteis voltaram a encolher em junho, mas em ritmo menor. Caíram 8,3% sobre abril.

Também para a GS1 o acumulado do ano permanece negativo. No primeiro semestre, as solicitações recuram 21,3% em roupas e caíram 30,2% entre as indústrias têxteis, na comparação com o primeiro semestre de 2019.