Indústria entra 2013 com estoque considerado excessivo

Apesar da ligeira melhora da demanda pelo varejo em janeiro, setor têxtil e de vestuário continua a produzir mais do que vende, situação que deve melhorar gradativamente ao longo do semestre, prevê a FGV.

Depois de terminar 2012 registrando em dezembro 27,8 pontos de estoque, a indústria têxtil apresentou leve melhora em janeiro de 2013. Os pontos que são medidos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), através do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), e variam numa escala que vai de 0 a 100, registraram 15,2 pontos em janeiro, praticamente a metade, sinalizando que o varejo voltou a comprar. Mesmo assim, o índice registrado continua a preocupar porque se mantém na faixa de estoque considerado acima do ideal – até dez pontos, explica Aloisio Campelo, coordenador de sondagens do Ibre. Segundo o consultor, os níveis de estoque são pesquisados através de enquetes realizadas todo mês com 1.200 empresas, sendo cerca de 70 delas da área têxtil, de diferentes portes. A pontuação apresentada em janeiro marca o 20º mês consecutivo, desde junho de 2011, que a indústria têxtil registra indicadores ruins.

“De modo geral, a têxtil e de vestuário vem enfrentando um mercado bem difícil, no qual a demanda não tem avançado muito”, explica o coordenador, que acredita que o setor pode alcançar níveis melhores de estoque a partir de segundo semestre de 2013, por conta dos incentivos fiscais e campanhas realizadas pela própria indústria e pelo governo, a fim de estimular o varejo para os produtos nacionais. Por seu lado, o varejo de roupas e calçados analisado como um só segmento tem mantido o estoque em nível considerado bom, permancendo abaixo dos 10 pontos, que qualificam um estoque de segurança, e entra no ano de 2013, com expectativa otimista. “O varejo também enfrenta um mercado difícil, mas tem mantido um bom nível de estoque”, avalia Campelo. As pesquisas realizadas pela FGV apontam que o setor têxtil e de vestuário sofre basicamente com a concorrência dos produtos importados nas lojas de varejo.

*colaborou Karen Cabral