Abit reduz projeções para o ano

Com os resultados em queda no primeiro semestre, entidade avalia que o ano terminará para o setor com crescimento abaixo do estimado e estabilidade na produção do jeans

Os resultados do primeiro semestre ficaram abaixo do esperado, com queda em produção e no varejo de vestuário, levando a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) a rever para baixo as projeções de crescimento para 2018 divulgadas no início do ano. A estimativa é de que o setor cresça, mas em patamar abaixo do projetado. Pela revisão, a expansão da produção de vestuário poderá variar de 0,4% a 1%, atingindo 5,92 bilhões de peças até o final do ano, contra os 6,05 bilhões de peças previstos inicialmente.

A mesma variação está estimada para a produção têxtil, que alcançaria algo em torno a 1,77 milhão de toneladas (a previsão anterior era de 1,83 milhão de toneladas). E também para o varejo de vestuário, que subiria para 6,81 bilhões de peças, menos que os 7,12 bilhões considerados antes. O faturamento da indústria têxtil e de confecção deverá expandir um pouco mais, praticamente 7% sobre 2017, obtendo R$ 154 bilhões (ou US$ 46 bilhões), basicamente por reajuste de preços.

“Não será fácil, mas teremos que dar um cavalo de pau no segundo semestre para reverter o cenário adverso do primeiro semestre”, afirmou Fernando Valente Pimentel, presidente da Abit. Segundo a entidade, no primeiro semestre a produção têxtil recuou 0,9%, a do vestuário caiu 3,8% e o varejo de roupas reduziu as vendas em 3,5%. “O varejo não foi bem, porque o consumidor deu preferência aos bens duráveis; o inverno não foi consistente, registrando apenas ondinhas de frio; teve a Copa do Mundo que afeta o fluxo de consumidores nas lojas; a incerteza sobre as eleições; e a greve dos caminhoneiros que foi um desastre que fez a indústria perder de quatro a cinco dias de produção”, listou Pimentel.

Ainda que com essa revisão, que ele explica não ser definitiva e será acompanhada de perto, a Abit avalia que 2019 será um ano promissor para o setor, porque a eleição do novo presidente deixará o cenário mais bem definido.

Pimentel estima que a produção interna de jeans manterá a participação entre 5% e 7% do total. Ele fala apenas em calças, que sustentariam de 250 milhões a 300 milhões de peças em 2018.