Abit projeta vendas maiores em maio

Expectativa da área econômica da entidade é o varejo vender 100 milhões de peças a mais que em abril, puxado pelo Dia das Mães

Ainda que o ano não tenha começado favorável, a equipe econômica da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) projeta bom desempenho para o varejo em maio e junho. Baseada em uma média histórica de dez anos, a análise prevê 620 milhões de peças comercializados em maio, que representariam 100 milhões a mais das vendas de abril. O crescimento seria puxado pelo movimento do comércio com o Dia das Mães. Para junho, por causa do Dia dos Namorados, a expectativa é o varejo girar 605 milhões de peças.

“É o início de uma temporada muito importante para o nosso setor. Porque além dessas datas, é o início do inverno”, explica Renato Jardim, superintendente de políticas industriais e econômicas da Abit. Mas ele ressalta que as previsões climáticas para o Brasil sinalizam que as temperaturas em abril, maio e junho ficarão acima da média. Ou seja, mais um ano sem o frio que caracterizava a época.

Como essas variações do clima não são mais pontuais, é assim que será daqui para frente, tanto varejo quanto indústria terão que se adequar aos novos tempos. Será exigido dinamismo das empresas através do uso das tecnologias de predição e análise de consumo e demanda, com ferramentas cada vez mais assertivas. “E não basta ter os dados, as empresas também terão que se preparar para reagir na mesma velocidade”, sugere Jardim.

Os indicadores dos primeiros quatro meses do ano mostram desaceleração nos negócios no setor. A importação nessa época do ano quase sempre concentra as compras do inverno. E as importações caíram de janeiro a março em relação a igual período do ano passado, especialmente de vestuário (queda de quase 14%). De acordo com Jardim, o mais provável é que o varejo esteja carregando o estoque do ano passado, quase sem frio, e reduziu a importação para essa estação.

A variação cambial, com o dólar que bateu a casa dos R$ 4 na semana passada; as temperaturas instáveis; e as oscilações da economia dificultam o planejamento, sobretudo das importações. “E isso é sempre bom para a indústria local”, avalia o superintendente.