Abit estima prejuízo de R$ 15 bilhões

Nova pesquisa da entidade faz projeção de perdas mensais, com quase todas as empresas consultadas enfrentando queda de pedidos.

Em uma semana o cenário do setor têxtil e de confecções mudou radicalmente. Em 17 de março, metade das empresas (49%) consultada pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) para a pesquisa reportava efeitos negativos na produção por causa da pandemia do novo coronavírus. Na semana passada, o quadro mostrava que 97% já se diziam afetados de forma negativa. A mudança de patamar levou a entidade a estimar prejuízo mensal para o setor de R$ 15 bilhões. E as demissões já começaram.

Do total afetado, 88% tiveram pedidos cancelados ou adiados por clientes que temem queda nas vendas na ponta. Das empresas que conseguem faturar, 66% enfrentam problemas para entregar as mercadorias. Outros 41% já indicam dificuldades para conseguir insumos e 28% registram aumento de preço dos insumos de produção.

Uma fatia de 7% das empresas viram a demanda local crescer no período.

A maior parte das empresas que tiveram problemas com pedidos, 23% apontam que registraram queda acima de 50%. A reação das empresas envolveu ações como dar férias coletivas, que foi a opção apontada pela maioria (62%). Algumas (34%) recorreram à aplicação de banco de horas. Outros 44% decidiram manter funcionários em home office. A opção de redução de jornada e salários foi apontada por 5%, mostra a pesquisa.

Do universo consultado, 22% afirmam que iniciaram a demissão de trabalhadores. Um percentual pequeno de 1% informa que está contratando.

TAMANHO DA AMOSTRA

Para essa nova pesquisa, a Abit dobrou o tamanho da amostra ouvida. Consultou 225 empresas entre 23 e 27 de março, das quais 48% são confecções de vestuário e 8% são tecelagens. Também participaram fornecedores do setor, confecções de outros artigos têxteis que não roupas e fabricantes têxteis que não tecelagens.