Greve dos caminhoneiros prejudica entregas do ecommerce

Segundo a empresa de pesquisa Ebit, as vendas diárias nos últimos dias foram em média 20% menores do que o esperado pelo setor

Iniciada na última segunda-feira, dia 21 de maio, a greve dos caminhoneiros afetou as vendas do e-commerce brasileiro com a queda da expectativa de crescimento. A empresa de pesquisa Ebit reviu as projeções, reduzindo em 7,4 pontos percentuais – de 20,7% para 13,3% — a previsão de crescimento para o setor no mês de maio na comparação com o mesmo período do ano passado, quando alcançou R$ 3,79 bilhões.

A expectativa inicial era de um faturamento de R$ 4,58 bilhões, reduzido para R$ 4,30 bilhões, uma perda estimada de R$ 280 milhões. Para o número de pedidos, a projeção passou de 9,2% (9,9 milhões) para 5,6% (9,57 milhões) de expansão. A Ebit aponta ainda que as vendas diárias nos últimos dias foram em média 20% menores do que o esperado pelo setor.

Maio era considerado um mês chave pelos varejistas. Além do Dia das Mães, que registrou faturamento de R$ 2,11 bilhões, alta de 12%, uma das principais datas do calendário anual do comércio, as vendas de eletrônicos, em especial de TVs, estavam em crescimento por conta da proximidade da Copa do Mundo, segmento que mais perdeu desde o início da greve, afirma a Ebit.

IMPACTO NAS ENTREGAS

Segundo dados da Loja Integrada, plataforma de e-commerce que entrevistou 448 lojistas virtuais em todo o Brasil, 82,1% dos lojistas virtuais já foram impactados negativamente pela greve e 71,9% afirmam que as paralisações estão afetando diretamente a entrega dos produtos para os consumidores finais, gerando atrasos. Ainda segundo a pesquisa, dúvidas sobre o prazo entrega de produtos por fornecedores também é algo que está prejudicando as vendas online. Cerca de 53% dos lojistas entrevistados já notaram atrasos, e 83% registraram queda nas vendas. A pesquisa mostrou ainda que 23,8% dos lojistas já tiveram cancelamento de seus pedidos e que os estados que mais foram afetados pela greve até o momento foram: São Paulo (48,1%), seguido por Paraná (10,8%) e Minas Gerais (9,7%).

LIBERAÇÃO DO RODÍZIO

A Fecomercio passou a reivindicar apoio ao poder público para a retomada das entregas. Entre os pedidos enviados à prefeitura e ao governo de São Paulo estão a isenção do rodízio municipal de veículos para o transporte de cargas e entregas expressas, permissão para circulação nas marginais, garantia de segurança de motoristas e cargas, e agilidade na liberação de mercadorias nos postos fiscais estaduais.