Brasil prepara oito projetos de confecção avançada

Primeira turma de MBI do Senai Cetiqt, aberta em abril, reúne representantes de indústrias que terão até outubro para apresentar as propostas de inovação

Algumas sementes da indústria 4.0 se espalham pela área têxtil, mas o conceito ainda não decolou por questões culturais, de custo e oportunidade. Para atrair e incentivar empresários a ingressarem em um novo ciclo produtivo, o Senai Cetiqt, do Rio de Janeiro, está promovendo um curso de pós-graduação em Master Business Innovation (MBI), com aulas a distância e presenciais, que começou em abril e termina em outubro deste ano. A ideia, segundo Robson Marcus Wanka, gerente de educação do Senai Cetiqt e um dos organizadores do curso, foi reunir representantes das principais indústrias têxteis e confecções do país, grandes e médias, com poder de decisão em suas empresas, para uma ‘imersão’ no ambiente de automação 4.0.

São 45 pessoas inscritas que vão trabalhar no desenvolvimento de oito projetos que podem ser transpostos para o mundo real, isto é, posteriormente implantados em ambientes industriais reais. A aula inaugural foi realizada no Senai Cetiqt, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 6 de abril, e contou com representantes de empresas como Vicunha, Cataguases, De Millus, Karsten, Malwee, Coteminas, Guararapes, Renner, Grupo Soma, JGB, Altenburg, Lucitex, Sol da Terra e DelRio, entre outras. A intenção é que os participantes tenham contato com personalidades e empreendedores reconhecidos em suas áreas.

O MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0 seguirá por cinco eixos temáticos: Estratégias de Inovação e Posicionamento de Negócio; Materiais e Produtos; Processo Produtivo; Confecção 4.0; e Projeto e Análise de Viabilidade. Para incentivar a imersão nesses temas, os participantes terão a orientação de especialistas do Brasil e do exterior. Além de professores do próprio Senai Cetiqt, os alunos terão palestras com Angela Hirata, CEO da Japan House e ex-diretora de marketing da Havaianas, responsável por reposicionar a marca no Brasil e em mais de 50 países, e que participou da aula inaugural. O corpo docente também conta com professores da universidade alemã de Aachen, especializada em automação industrial, do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), entre outros. “O MBI vai facilitar a definição de estratégias e os próximos passos da implantação do modelo 4.0 na área têxtil, reunindo empresas e financiadores”, afirma Wanka.

LINHA DE FINANCIAMENTO
Ao longo da especialização, os alunos-executivos contarão com aulas, palestras e videoaulas colaborativas com os especialistas que darão dicas e orientações para que os participantes incluam soluções tecnológicas em seus processos e possam aos poucos implantar em suas fábricas. O MBI terá duração de 360 horas, com seis encontros presenciais, em fins de semana, em um hotel na Barra da Tijuca, para permitir a hospedagem dos participantes de outras cidades, além de aulas na unidade Riachuelo, do Senai Cetiqt, onde existe uma planta piloto automatizada. Na mini fábrica 4.0, o sistema começa a funcionar a partir de um espelho virtual, no qual o cliente se posiciona para tirar suas medidas e escolher a peça que será fabricada. Em vinte minutos, a roupa está pronta e embalada.

Durante o lançamento do curso foram ainda apresentadas linhas de financiamento do BNDES para projetos de inovação com taxas de juros de 11% a 12% e prazos mais alongados. Para micros, pequenas e médias empresas, o banco pode financiar até 100%, com dispensa de algumas garantias, conforme o projeto submetido.